segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Sobre decepções, seguir em frente e esquecer



"Você é a melhor pessoa para mim e comigo, mas eu não quero um relacionamento, quero ser sozinho. Se você ficar, será segundo plano, pois tenho outras metas, outros focos... Não é que não queira mais você, eu não quero ninguém". Foi resumidamente isso que ele me disse quando terminamos. Obviamente eu fiquei arrasada, com raiva, triste, pois além de ter um relacionamento, nós éramos grandes amigos. Ele era aquela pessoa que valia a pena, que eu queria que estivesse do meu lado não importasse como.
Passaram-se alguns meses e sim, mesmo depois de briguinhas pós-término eu continuava amando ele, era simplesmente impossível não ter a esperança de que algum dia ele voltasse, nós voltássemos. Como se aquilo fosse apenas um tempo. Eu era uma mulher correndo atrás de meus objetivos, ele era um homem amadurecendo certos aspectos e nós nos encontraríamos lá na frente, aliás, eu tinha sido a melhor coisa que aconteceu para ele, não era mesmo? Ele me falou isso. E sim, ele mentiu. Ontem, em um momento de, não diria desespero ou curiosidade, mas de guarda baixa, resolvi fazer o clássico erro: olhar o Facebook dele. Aí veio o choque: ele tinha referências como "um dia iremos voltar, o vento te trará de volta para mim", "por favor me salve" e "dica antes de se apaixonar- Não se apaixone". E sim, obviamente isso não era para mim. Doeu meu coração saber que poucos meses após o término de algo tão intenso, ele que não queria companhia, teve tempo de me esquecer, encontrar outra pessoa, se apaixonar perdidamente e quebrar a cara e, hoje, sentir falta dela. Ela que eu não quero nem saber quem é ou o que viveram, mas ela que foi capaz de fazer com que eu, a "melhor coisa da vida dele" me tornasse menos que uma lembrança inoportuna, uma ex que não segue a vida, que não entende que acabou. Eu não chorei, não fiz escândalo, não tirei satisfações, não. Nada disso. Encarei o fato de que talvez eu não tenha marcado a vida dele como ele marcou a minha. De que aquela história de querer ser sozinho era apenas uma desculpa de uma pessoa que não sabe lidar nem com seus sentimentos e muito menos com o dos outros. De que ele seguiu muito bem a vida dele e que eu devo fazer o mesmo. A única coisa que senti foi aquela última dor de quem perde um amor e a certeza de que ali não tinha nada mais para mim.
Eu não culpo ele por fazer aquilo que eu ainda não tive vontade, ele está coberto de razão em procurar o melhor para ele. Eu farei o mesmo, ora, o que eu deveria fazer em um lugar onde não há nada para mim? Só que da mesma maneira que saio, fecho a porta. Aliás, fecho, tranco, faço uma parede de cimento e blocos pois ele não vai voltar, mesmo que queira. Tenho certeza que meu amor é incondicional e ele me ensinou que quando amo 100% quem ama 50% acabo assim, lamentando por aquilo que perdi enquanto ele não dá a mínima. Finalmente eu aprendi o que eu precisava aprender. Entendi o que eu preciso e o que eu quero e se eu não sou perfeita para ele, vejo também que em nada mais ele se encaixa em mim. E ele? Se aprendeu ou não, se vai sentir minha falta um dia eu não ligo e o desligo da minha vida. Vou seguir em frente com a certeza de que serei muito feliz com outras pessoas, outros sonhos, outras experiências. Nunca desejaria mal à alguém que foi tão importante, o qual eu amei tanto e tão genuinamente, mas agora, dele, só desejo duas coisas: que se vá e que se foda.